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  • Foto do escritorMagda Silvia Berté Veríssimo

Vamos falar sobre Autismo?




#PraCegoVer Foto horizontal: banner do Arquitetando Inclusão com fundo em amarelo. No canto superior esquerdo 4 heptágonos com os símbolos das deficiências: física, visual, auditiva e intelectual e mental. No canto inferior esquerdo o logo do Arquitetando Inclusão: ilustração dos tipos de deficiência dando forma a uma pessoa. No centro a frase: "asperger é autismo? E o que é Asperger? No canto superior direito a imagem de uma criança e atrás a imagem de peças de um quebra-cabeça. Abaixo, a imagem de palmas de mãos segurando peças de quebra-cabeça.


Olá! Dia 2 de Abril foi comemorado o dia Mundial de Conscientização do Autismo.


Chegou a acompanhar na mídia?

O Transtorno é caracterizado pela cor azul, pois sua maior incidência é em meninos e por figuras que representam peças de quebra-cabeça, devido à complexidade deste transtorno – de difícil diagnóstico.

O Autismo, ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), ainda não tem uma causa definida, mas especialistas acreditam que a combinação de fatores genéticos e ambientais geram a pré-disposição no feto.

Somente em 2012 que o Autismo foi considerado como uma deficiência. Até então, não haviam tratamentos específicos, orientações adequadas e as famílias não podiam nem contar com o amparo da lei, para buscar alguns recursos de atendimento. Fui conversar com experts no assunto, para compreender melhor as características do Autismo e as diferenciações de 2 nomenclaturas bastante faladas por aí: Autismo e Asperger.

Já ouviu algo a respeito?

Vou tentar fazer um “bem bolado” das boas horas de conversa que tive com a Nadja Favero e com a Vivian Missaglia.

A Nadja formada em Pedagogia, com especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional e formação internacional em Deficiência Intelectual e em Desenvolvimento Infantil e Neurociência Cognitiva e mestrado em Análise do Comportamento Aplicado.

A Vivian com bacharelado em Ciências, especialização em Toxicologia, em Educação Especial e Educação Inclusiva e em Neuropsicopedagogia do Transtorno do Espectro Autista, mestrado em Pediatria e professora universitária.

É, não será nada fácil, pois as duas manjam do assunto, mas vamos lá!  Autismo é um transtorno do desenvolvimento, que se manifesta antes dos 3 anos de idade, caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social e por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

Em 2013, pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos  Mentais (DSM-5) – meus amigos Psicólogos e Psiquiatras conhecem bem – a denominação Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) passou a ser adotada, incorporando o Transtorno Autista, Transtorno de Asperger, entre outros transtornos, que antes pertenciam a um grupo chamado Transtornos Globais do Desenvolvimento.

Quero dizer com isso, que o Transtorno Autista e o Transtorno de Asperger, hoje, são denominados TEA, pois apresentam um conjunto de características semelhantes.

Mesmo com as semelhanças, as dificuldades de comunicação nos quadros de TEA variam e se diferem em intensidade conforme o indivíduo. Ou seja, o tratamento será específico para cada um, “sob medida”.

Assim como eu e você temos particularidades, desejos, emoções próprias, pessoas com Autismo também!

O que difere as pessoas com Autismo das pessoas sem Autismo é que suas dificuldades de interação e comunicação, características do quadro, manifestam-se através de sintomas fora dos padrões sociais, estereotipados para a nossa sociedade “quadrada”. Ainda que hoje, nos sentimos aliviados – coisas do Ego humano – por darmos um nome ao “esquisito ali do lado”, autista, e aí são as famílias que sofrem.

Você deve estar se perguntando: e por que existem autistas com inteligência acima da média e outros com atraso intelectual?

Lembra do filme Rain Man (1988)? O cara era um gênio, excelente com números e possuía sérias dificuldades comportamentais e relacionais.

Já o Gilbert Grape: Aprendiz de Um Sonhador (1993) apresentava um grau de Autismo mais elevado, tinha dificuldades na aprendizagem, comportamentais, mas havia desenvolvido questões relacionais, afetivas.

Bem diferente do My Name is Khan (2010) – filme mais recente, ufa! – que retratou a vida de um muçulmano, muito inteligente, com comportamentos restritos, dificuldades relacionais, que o levaram a alcançar seus objetivos.

Tudo isso para retratar a diversidade de manifestações do TEA e a complexidade de tratamento que o envolve. Devido à heterogeneidade genética do transtorno, grande parte das pessoas com TEA possuem outras características, que não só as ligadas ao Autismo, que afetam a intelectualidade dos sujeitos, entre outros aspectos neurológicos.

Ou seja, existem níveis de Autismo. 

O Asperger, dos transtornos incorporados no TEA, é o único que apresenta alto grau de funcionamento intelectual, porém, com características semelhantes a qualquer outro autista.

Li em uma revista sobre Autismo (Psicologia: especial Autismo, 2017, nº33), um exemplo retirado do livro Mundo Singular: Entenda o Autismo, que comparava a imagem de uma pedra sendo atirada em um rio, ao Autismo.

O ponto em que ela tocou a água representava o Autismo clássico. As ondas que se formaram representavam seus espectros, sendo a mais distante delas, o espectro do Asperger.

Por isso, o Asperger seria o espectro do Autismo “menos afetado”.

Quanto à avaliação de pessoas com suspeita de Autismo, Nadja e Vivian recomendam envolver uma equipe multidisciplinar, mas, principalmente, o olhar da família. O melhor tratamento é aquele escolhido pelo sujeito – sim a criança também escolhe o seu tratamento, a partir do momento em que se adapta ou não ao mesmo – e pela família.

“Um tratamento que não atrapalhe o autista, em seu interminável trabalho de inventar um modo próprio de lidar com a linguagem, com o seu corpo e com os outros, acompanhado de seus  preciosos objetos autísticos” (Psicologia: especial Autismo, 2017, p.17) seria o tratamento ideal!

Ou, conforme referido por Nadja e Vivian, um tratamento que envolva e estimule a família a interagir, a conhecer a criança, mesmo que venha a “descobri-la” em meio a chutes e ponta pés.

Muito obrigada, meninas!

E para finalizar, além das dicas de filmes, revista, livro, deixo um link muito bacana e bem explicativo sobre Autismo.

Acessa lá e confere: O Sheldon é autista?

Até o próximo post! Magda Veríssimo

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